Parar e refletir sobre esse assunto é inquietante. Quando falamos de algo incondicional, lembramos logo do AMOR - sem restrições ou limites, um amor pleno ilimitado.
No entanto, agora, minha reflexão é sobre a incondicionalidade da morte. Para tal acontecimento não há restrições, não esta sujeito a condições, é um estado absoluto de possibilidades plenas, ilimitadas.
Para nós, adeptos do Candomblé, o momento da morte não está ligado a extinção da vida, é mais um momento de equilíbrio da vida, um momento de transformação, no qual a matéria carnal retorna ao universo e a alma ao sistema espiritual.
O fortalecimento da fé, em nossa caminhada terrena, é que permitirá essa compreensão no momento da perda. Os caminhos trilhados nessa jornada nos permitirá transformar a dor em possibilidades ilimitadas de reconhecimento e fé na continuidade universal. Essa continuidade está alicerçada nos pilares da cosmovisão africana - a solidariedade, a fé e a harmonia entre os seres.
Acreditando nesses múltiplos caminhos, na solidariedade, na fé e nas premissas de harmonia entre os seres é que sabemos da sua continuidade em outro plano. Axé!
Este post é em homenagem ao grande homem Raimundo das Neves.